
A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública assegura que a adesão à greve desta quarta-feira foi de 75 por cento , sendo que no sector da Saúde ultrapassou os 80 por cento. "Numa grande parte dos serviços [a greve] está a 100 por cento. Centenas de escolas estão fechadas", acrescentou Ana Avoila em conferência de imprensa, contrariando os dados do governo que apontavam para apenas 11% de adesão à greve.
Conservatórias de registo civil e predial, museus, alguns serviços centrais como o Ministério do Trabalho, serviços da segurança social, recolha do lixo e transportes e escolas foram os sectores em que a greve mais se fez sentir. O protesto pretendeu reivindicar melhores salários, vínculos de nomeação para todos os trabalhadores, revogação do regime de contrato de trabalho em funções públicas, direito ao trabalho sem mobilidade especial e sem precariedade, carreiras dignas e avaliação justa, sem quotas.A greve da função pública coincidiu com o dia nacional de luta contra o código do trabalho promovido pela CGTP, tendo-se verificado plenários de trabalhadores em dezenas de fábricas, do sector automóvel, ao calçado e à indústria eléctrica e química. A CGTP avisa que o novo Código vai fragilizar a contratação colectiva ao permitir a caducidade das convenções e vai flexibilizar excessivamente os horários de trabalho para reduzir o pagamento de horas extras. Em declarações à imprensa, Carvalho da Silva sublinhou que Portugal foi o único país dos 27 membros da União Europeia a não registar um crescimento salarial "real" e superior a zero no conjunto dos últimos três anos, um "escândalo" que deve ser invertido "urgentemente". Para o sindicalista, a situação torna-se ainda mais "chocante" quando os salários dos grandes gestores privados "duplicaram nos últimos cinco anos". "Põe-se o cidadão a pagar mais em nome da austeridade, dizendo que não há dinheiro mas para ir socorrer os interesses dos especuladores, reúnem-se milhões de euros em minutos", criticou. Mas o momento alto do dia foi sem dúvida a manifestação de enfermeiros/as, a maior de sempre, que juntou cerca de 3 mil, da Cidade Universitária até ao Ministério da Saúde. Estes profissionais exigem mais contratações para o sector (a falta de enfermeiros nos hospitais é gritante e obriga ao recurso a horas extraordinárias, muitas das quais por pagar), o fim da precariedade que atinge milhares de enferemiros/as e por uma carreira única e horizontal, contra a proposta do governo que acusam de promover a divisão dos enfermeiros/as e de cortar nos salários.
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