sábado, 28 de fevereiro de 2009

Louçã ironiza ataques de Sócrates ao Bloco de Esquerda


Francisco Louçã agradeceu directamente ao primeiro-ministro José Sócrates por ter escolhido o Bloco de Esquerda como alvo dos seus ataques. "Quem imaginaria há 10 anos que este movimento teria a força para se tornar no tema central do congresso do partido mais poderoso", observou, acrescentando que o Bloco incomoda o primeiro-ministro "pela coerência de uma esquerda de que nos orgulhamos". Louçã falava para as cerca de 400 pessoas que encheram o mercado da Ribeira, em Lisboa, na primeira iniciativa de comemoração do 10º aniversário do partido.Veja mais fotos no FlickR do Bloco de Esquerda


Referindo-se ao Congresso do Partido Socialista, o coordenador da Bloco de Esquerda destacou a unanimidade que reina naquele evento, ao qual não compareceu Manuel Alegre. "Mas é uma unanimidade onde não cabem os desempregados, os utentes do SNS, nãocabe a maioria do povo de esquerda - e é isso que desespera o congresso unanimista", disse Louçã.


Numa alusão às acusações de António Costa de que o Bloco de Equerda é "parasita", Francisco Louçã devolveu as críticas, dando como exemplo o caso do empresário Manuel Fino que fez recentemente um negócio com a Caixa Geral de Depósitos, vendendo acções da Cimpor por um valor 25% superior ao do mercado, obtendo o empresário um lucro de 62 milhões de euros.


"Afinal quem são os parasitas? Manuel Fino devolveu os 62 milhões? O governo pediu a devolução?", questionou Louçã, acusando o primeiro-ministro de actuar nesta questão "por convicção, e não por táctica política". O coordenador do Bloco fez ainda uma breve alusão às próximas eleições legislativas, considerando que essa será a ocasião para votar sobre as indecências deste país."Estamos preparados", assegurou.


Antes falara o eurodeputado Miguel Portas, que recordou o dia da assembleia fundadora do Bloco de Esquerda, considerando que, depois do 25 de Abril de 1974, esse foi um dos melhores dias da sua vida. "A decisão de fundar o Bloco foi uma decisão atrevida, queríamos acabar com o rotativismo ao centro na política", considerando que esse rotativismo ainda manda, mas agora existe a força e a alternativa do Bloco de Esquerda.


Fernando Rosas, que também discursou, deu razão àqueles que no Congresso do PS tomam o Bloco como o inimigo principal. Nos últimos dez anos, disse Rosas, "inventámos um novo tipo de partido-movimento, anticapitalista, que não cedeu à chantagem do 'fim da história', às pressões do pensamento único, não se afastou do compromisso que temos com a classe trabalhadora".

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cresce indignação contra barragem do Tua

A concretizar-se, a abarragem vai submergir a Linha do TuaTerminada a consulta pública do estudo de impacte ambiental da barragem de Foz Tua, a deputada Helena Pinto reafirmou no parlamento a posição do Bloco contra a construção da mesma. E desafia o governo a esperar pelo resultado do referendo local aprovado pela Assembleia Municipal de Mirandela, sobre a manutenção da linha ferroviária do Tua.

Esta segunda-feira, a maioria dos deputados municipais de Mirandela (57) votou favoravelmente a realização de um referendo local sobre a manutenção da linha ferroviária do Tua, ratificando a decisão do executivo da autarquia, tomada há um mês. Só os deputados municipais do PS votaram contra. Agora, a proposta será entregue ao Tribunal Constitucional que deve tomar uma posição definitiva sobre este processo, no prazo de 25 dias. O presidente da Câmara de Mirandela acredita que a realização do referendo ainda vai a tempo de influenciar o Governo para que este recue na sua intenção de construir a barragem de Foz-Tua.

Realizando-se o referendo, o Bloco de Esquerda local vai lutar pelo Sim, em defesa da linha ferroviária e da preservação de toda paisagem do Tua: "O Bloco participará nesta votação tornando claro aquilo que tem sido escondido tanto pelo Governo como pelas empresas que estão com interesses avultados na construção da barragem Foz-Tua".

Em comunicado, os bloquistas defendem a preservação do património ambiental e paisagístico do Tua. "É lamentável que Governo e EDP se unam na destruição do vale do Tua, com o único objectivo de o transformar num reservatório de água. A produção de energia na barragem de Foz - Tua seria irrelevante. O grande interesse da EDP reside apenas no armazenamento de água para reforço do caudal do Douro quando este for insuficiente. A EDP quer alimentar as centrais hidroeléctricas do Douro, com maior capacidade de produção de electricidade, à custa do património ambiental e paisagístico do Tua."

Numa declaração política esta quarta-feira no parlamento, a deputada do Bloco Helena Pinto desafia o executivo de José Sócrates a ter em conta o referendo: "Vai o Governo respeitar a decisão da população se o referendo se realizar?", questiona.A deputada sublinha que "o Bloco de Esquerda não aceita que o interesse público seja subjugado à lógica do negócio e dos interesses privados". E critica o governo por ter aberto um período de discussão pública depois de já ter tomado a decisão de construir a barragem: "esta é a concepção de quem considera a democracia e as suas regras um empecilho, para quem se sente incomodado e agastado pelos instrumentos que visam proteger o interesse público."Helena Pinto lembra que perder a linha do Tua, além dos prejuízos em mobilidade, "significa perder o acesso a um conjunto de paisagens fabulosas que atraem todos os anos muitos visitantes e podem vir a atrair muito mais"."Não aceitamos que a decisão de construção da barragem de Foz Tua prevaleça contra o interesse das populações e a preservação do património construído e ambiental que é de todos. Esta é uma má decisão que exige o recuo do Governo" remata a deputada.

O alcance da inundação da Linha do Tua está dependente da cota que vier a ser fixada na Declaração de Impacte Ambiental, perante as três propostas possíveis de 170, 180 e 195 metros, que vão submergir 15,9, 22,7 ou mais de 31 quilómetros da Linha do Tua, respectivamente.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

SIM! Pelo Nordeste, por Mirandela e pela Linha do Tua!












A Assembleia Municipal de Mirandela acabou de aprovar a realização do referendo acerca da Linha do Tua, faltando apenas a aprovação do Tribunal Constitucional.

Realizando-se o referendo, o Bloco de Esquerda vai lutar pelo Sim, em defesa da linha ferroviária e da preservação de toda paisagem do Tua. O que está em causa é de uma importância enorme para o município de Mirandela e para toda a região.

O Bloco participará nesta votação tornando claro aquilo que tem sido escondido tanto pelo Governo como pelas empresas que estão com interesses avultados na construção da barragem Foz–Tua.

Em recentes declarações, a secretária de Estado Ana Paula Vitorino afirmou que, apesar da construção da barragem, também é possível que a linha continue a chegar ao Tua. Porém, de imediato, a EDP veio dizer que se torna totalmente impossível incluir uma nova linha no caderno de encargos da barragem. Quem está, afinal, a falar verdade?

É lamentável que Governo e EDP se unam na destruição do vale do Tua, com o único objectivo de o transformar num reservatório de água. A produção de energia na barragem de Foz – Tua seria irrelevante. O grande interesse da EDP reside apenas no armazenamento de água para reforço do caudal do Douro quando este for insuficiente. A EDP quer alimentar as centrais hidroeléctricas do Douro, com maior capacidade de produção de electricidade, à custa do património ambiental e paisagístico do Tua.

Apesar de só hoje terminar a consulta pública do estudo de impacte ambiental da barragem, o Governo já se decidiu na prática pela construção da barragem e pela sua adjudicação à EDP, invertendo completamente a ordem do processo. O referendo será uma forte resposta da população de Mirandela a este estranho conceito do Governo de democracia e de participação pública.

O Bloco de Esquerda estará nas ruas a lutar pela Linha, pelo Rio, porque o desenvolvimento de toda esta região passa pela preservação do Vale e pela recuperação da Linha do Tua.

BE/Mirandela – 17.Fevereiro.2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

É bom ter 10 anos: Bloco celebra aniversário

Assinala-se a 28 de Fevereiro a passagem de dez anos sobre a assembleia de fundação do Bloco de Esquerda. Em 1999, no Forum Lisboa, tornava-se público o manifesto Começar de Novo e iniciava-se a subscrição pública do novo partido. Dez anos depois, o Bloco inicia um ciclo nacional de iniciativas de convívio, começando em Lisboa no dia 28. Os bloquistas do distrito reunem-se para um almoço no Mercado da Ribeira (inscrições aqui) e recebem uma cópia do documentário "Nasceu uma Estrela" (ver o resumo aqui), que percorre os primeiros dez anos da afirmação desta esquerda socialista.

Ao longo dos meses de Março e Abril, decorrerão em todos os distritos iniciativas de comemoração dos dez anos do Bloco, com a projecção de partes do documentário "Nasceu uma Estrela", distribuído em versão completa.
O documentário, de 50 minutos, é da responsabilidade de Jorge Costa e Daniel Oliveira e conta a história da formação do Bloco, dos primeiros contactos entre as forças que o precederam até à eleição do primeiro grupo parlamentar.
A esta primeira parte, somam-se três pequenos filmes temáticos: "Todos juntos pela luta toda" (em torno das questões do trabalho), "Bem-vindos ao século XXI" (sobre as lutas pelos direitos individuais e a vitória na legalização do aborto) e "Outro mundo é possível" (sobre a intervenção internacionalista do Bloco). Para a realização deste filme foram entrevistados dezenas de bloquistas e também observadores e activistas de vários quadrantes: Carvalho da Silva, Boaventura Sousa Santos, Ulisses Garrido, André Freire, Pedro Magalhães.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Política Municipal para o ambiente


Intervenção do Deputado Municipal de Bragança Luis Vale, na Assembleia Municipal de Bragança de 9/02/2009;

Exmos. Senhores,

Em boa hora foi proposta esta discussão acerca da política municipal para o ambiente e por isso felicito o grupo municipal da CDU. É que falar de ambiente municipal e das suas políticas pressupõe:

1º - Ter a noção de que será, na prática, falar acerca de tudo o que diz respeito ao município;



2º - Ter consciência que é necessário haver uma reflexão, um planeamento, uma prática à qual se possa dar, então e depois, o nome de política ambiental;


Ao reflectir sobre esta questão e tendo em conta o território em questão e o limite do meu tempo, vou-me reportar apenas a dois exemplos daquilo que consideramos ser paradigmáticos de uma má política ambiental.Primeiro exemplo - basilar:


A questão do básico saneamento – para quando a conclusão desta básica infra-estrutura!?... Quantos mais anos serão precisos para a concluir!?...


Quantos mega-projectos vão ser projectados, planeados, financiados, hipotecados e construídos antes dessa simples, mas fundamental e justa estrutura estar completa no concelho de Bragança. É inadmissível num concelho como o de Bragança que se orgulha de tamanho desenvolvimento eque se auto-notabiliza pelos índices de qualidade de vida, manter parte do seu território e das suas populações sem saneamento básico. Meus Senhores e minhas senhoras, é BÁSICO, ou seja, é sobre ele que assentam todas asoutras qualificações e qualidades da nossa civilização de século XXI.


Vejam bem… aqui a questão não é estar contra ou não a implementação desse parque, até porque o Bloco de Esquerda sempre defendeu e defende a substituição das energias fósseis e finitas. A pertinência desta questão está no processo, que quanto a nós foi muito mal gerido e conduzido pela Câmara Municipal e pelas respectivas Juntas de Freguesia, naquilo que entendemos ser a defesa do interesse público e das respectivas populações, ou seja, as autarquias locais em causa prestaram um mau serviço à causa pública, senão vejamos:


a) No período de discussão pública, a Câmara Municipal de Bragança não teve em atenção os impactos negativos relatados, designadamente o turismo de natureza e rural onde estão incluídos os animadores turísticos, a restauração e a hospedagem;


b) A C.M. não teve a mínima noção de que poderia estar a castrar o sucesso actual e futuro do turismo de natureza – elemento fundamental das próximas sociedades;


c) A C.M. não conhece o potencial eólico do concelho;


d) A forma como as Juntas de Freguesia celebraram acordos com empresas privadas não garante a defesa do interesse das suas populações;


Aqui estamos precisamente no ponto ao qual queremos dar ênfase. O da negociação realizada pelos autarcas do concelho e o interesse privado dasempresas do sector. Tendo em conta a informação que recolhemos junto de três vários intervenientes, ficamos a saber que foi mais ou menos assim que tudo aconteceu:


· Tudo terá começado com a visita de umas pequenas empresas aoterritório. Disse pequenas, mas quero também dizer espertas. Estes espertos andaram de aldeia em aldeia a tentar negociar os direitos de exploração de potencial eólico;


· Mais tarde, subiu-se um degrau e começaram a aparecer empresas de dimensão média, por exemplo, a Enerbaça, directamente ou comprandoa essas pequenas empresas espertas, terá conseguido 14 ou 15 acordos locais;


· Mais tarde ainda, entram em cena as poderosas empresas como aAirtricity (empresa de uma holding da Grã-Bretanha – SSE, onde participa também a Iberdrola) que consegue fazer uma jointventure coma Enerbaça e esta passa a ter uma posição minoritária… o know-howestá todo na Airtricity;


· Aqui entra a C. M. que chama a si todo o processo e passa a negociar com a empresa;
Em nosso entender, começam aqui também os graves procedimentos deste executivo, pois entendemos como inadmissível que a C.M. não salvaguarde osinteresses do município do erário público:


1º A C.M. deveria, a seu tempo e há muito tempo já, ter solicitado umestudo ao Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação(INETI), para se aprofundar os seus estudos de potencial eólico para oconcelho de Bragança, quantificando a riqueza deste recurso, parasaber o que se poderá vir a negociar. Este procedimento seria útil para aC. M., para as Juntas de Freguesia e até para a Comissão de Baldios. Inclusive, serviria em caso de não instalação do parque eólico, para negociar com o estado medidas compensatórias. Mas não! Não foi solicitado qualquer estudo…


2º Consequentemente, as Juntas de Freguesia negociaram e celebraram acordos com empresas privadas, vendendo um bem do qualnão têm a mínima noção do seu real valor comercial. Bem compreendemos a sede de dinheiro que os autarcas portugueses e, em particular, os do concelho de Bragança sentem, mas por favor:


Meus Srs. e minhas Sras., passamos a vida a dizer que somos uns desgraçados e que ninguém nos liga ou auxilia e depois, quando temos um recurso próprio comportamo-nos como os mais pobres dos pobres, trocando por meia dúzia de cobres esse recurso, entregando de bandeja aos ladroes todo o ouro e riqueza. Segundo sabemos aquilo que sobrará (em forma de recompensa) para o município serão 2,5% da facturação dessa mesma exploração. Uns míseros 2,5%, que segundo a empresa interessada poderá representar a fartura de, ou até 2,5 milhões de euros por ano.


O serviço público obriga à maior solenidade com a causa pública. Não é compatível com estes interesses privados. É vergonhoso que a C. M. se tenha colado aos interesses desta empresa. Agora que sabemos que a instalação deum parque eólico dependerá da admissão deste projecto a um estatuto de Projecto de Interesse Público (famosos PINs), perguntamos se esta Câmara vai andar a exercer “loby” junto do ICNB e da Secretaria de Estado, tal como andou o presidente da Câmara de Alcochete a interceder junto daAdministração Pública e do Estado a favor do investimento Freeport!?... nuncase deveriam ter colado à Airtricity, contribuindo para o desenvolvimento do seu Marketing institucional e empresarial.


Sr. Presidente, não é de estranhar que esta empresa afirme publicamente quetem uma óptima relação com a Câmara Municipal de Bragança, enquanto que com a Câmara Municipal de Vinhais digam que não é boa nem é má, pura esimplesmente não há qualquer relação. Percebemos muito bem a necessidade que esta empresa sente em tentar agradar a todos os intervenientes, exercendo o seu “loby” através de convites para grandes almoços e jantares assim como através de reuniões realizadas fora da região.


Meus Srs e minhas Sras., não fora estarmos a falar de um parque natural e isto já estava tudo entregue… pois em termos de ordenamento do território mais difícil só mesmo em caso de um parque nacional…


Sr. Presidente, há bons exemplos alternativos de exploração destes parques eólicos por toda a Europa e resto do mundo, por exemplo na Dinamarca, naHolanda e nos EUA, onde se constituem cooperativas de proprietários de terrenos para a produção de energia e assim a totalidade do retorno é para eles próprios e suas populações. Por exemplo, a C. M. poderia ter até 49%deste negócio, em parceria e concerteza não teria qualquer dificuldade em financiar esse projecto, pois trata-se de um sector de mercado relativamente bem subsidiado e também porque qualquer banco estaria na disponibilidade de o fazer…


Esta é, Sr. Presidente, uma atitude típica de um tempo já ido, o do pós - colonialismo, no qual os espertos ocidentais aproveitavam as fragilidades de outras geografias e impunham autênticos saques. Neste caso nos seremos esses tristes e ignorantes indígenas. Esta questão relembra-me uma metáfora:algo que todos, ou quase, se devem recordar - as vacas de meias, de ganhos eperdas ou só de ganhos, que era uma prática recorrente num passado mais oumenos recente na nossa região, mas que hoje já ninguém pratica…


Para finalizar uma nota relativamente ao que foi aqui afirmado de manhã e de tarde, pelo Dr. Júlio de Carvalho que a propósito do Parque Natural e da exploração do mesmo disse que não deveríamos estar sujeitos a essa casta de fundamentalistas que impõem a sua lei e impedem o desenvolvimento da região. Pois bem, não nos obriguem a ter que escolher por uma das duas vias normais da gestão do território – ou se exploram ao máximo os recursos, ou seprotegem ao máximo, porque se o tivermos que o fazer estaremos concertezado lado de quem protege, mesmo sabendo que para os outros seremos sempre fundamentalistas e radicais.

Obrigado.

BRAGANÇA, 9 de Fevereiro de 2009

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Convenção Nacional do BE: Representação Transmontana nos órgãos nacionais do Bloco de Esquerda

VI Convenção do Bloco - Fotos de Carla Luís

Decorreu neste fim-de-semana em Lisboa a VI Convenção Nacional do Bloco de Esquerda. Estas convenções nacionais acontecem de 2 em 2 anos e é aí que se elegem os órgãos nacionais para os períodos entre Convenções. Para esta VI Convenção apresentaram-se 3 moções – moção A “Toda a luta da esquerda socialista para 2009” da qual Francisco Louçã era o primeiro subscritor; moção B “Construindo a democracia de base – por uma maioria social de esquerda” cujo primeiro subscritor era Teodósio Alcobia; moção C “combater o capitalismo ousar o socialismo” com Gil Garcia como primeiro subscritor. Desta convenção saiu vencedora por larga maioria a moção A com 84,12% dos votos dos delegados.
Quanto à eleição para os órgãos nacionais e para este próximo mandato de 2 anos, a eleição determinou os seguintes resultados:

Comissão de Direitos:
Moção A – 75,59% correspondendo a 5 mandatos;
Moção B – 8,95% correspondendo a 1 mandato;
Moção C – 13,76% correspondendo a 1 mandato;

Mesa Nacional:
Moção A – 77,28% ao que correspondem 63 mandatos;
Moção B – 7,22% ao que correspondem 6 mandatos;
Moção C – 13,59% ao que correspondem 11 mandatos;

De salientar o facto de terem sido eleitos para a Mesa Nacional, pela primeira vez nestes 10 anos de existência do Bloco de Esquerda, elementos pertencentes às distritais de Bragança e Vila Real, nomeadamente, Luís Vale e Ariana Meireles.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Estudo ambiental da barragem do Tua prevê alternativa rodoviária e contradiz Governo

tua_mostlybytrain.jpgHoras após o último acidente na Linha do Tua, no passado dia 22 de Agosto, a secretária de Estado dos Transportes e Mobilidade, Ana Paula Vitorino, garantiu que aquele troço ferroviário iria continuar, mal fossem repostas as condições de segurança. Nem mesmo a construção da futura barragem do Tua acabaria com o comboio naquele vale, pois o promotor da obra, a EDP, "teria que encontrar uma alternativa ferroviária", assegurou a governante.
Mas o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do futuro Empreendimento Hidroeléctrico de Foz-Tua (EHFT), actualmente em fase de consulta pública, apenas prevê uma alternativa rodoviária à submersão da linha ferroviária actual. Para compensar o fim do comboio, a EDP propõe a construção de um pequeno museu (ver caixa).
Qualquer uma das três cotas da barragem que estão em estudo leva ao fim do traçado actual da Linha do Tua. Com o nível de armazenamento pleno (NPA) de 195 metros, o mais alto e também o mais rentável para a EDP, a linha será submersa em 31 quilómetros, com as águas a alagarem nove apeadeiros. Para um NPA de 180 metros, desaparecem 23 quilómetros de linha e sete apeadeiros. A cota mais baixa, 170 metros, inundará 16 quilómetros de linha e quatro apeadeiros. Como alternativa para o fim da linha, a EDP propõe um serviço rodoviário baseado em autocarros e em viaturas de pequena dimensão para as localidades mais isoladas a funcionar entre a estação do Tua e a última estação ferroviária não submersa - à cota máxima, será a do Cachão, a 13 quilómetros de Mirandela.
Mesmo antes de a albufeira começar a encher, a linha terá que ser cortada entre a estação do Tua, onde entronca na Linha do Douro, e o apeadeiro de Tralhariz, para a realização dos estudos e trabalhos geológicos e geotécnicos necessários à elaboração do projecto.
Neste cenário, e como a linha se encontra encerrada até que sejam realizados todos os estudos e trabalhos de reparação da actual plataforma, cujas más condições contribuíram para o último descarrilamento, não é de excluir que as ligações ferroviárias entre o Douro e o vale do Tua não voltem a ser retomadas.
A construção de uma nova via ferroviária teria um custo incomportável e apenas a autarquia de Mirandela está verdadeiramente empenhada na manutenção da linha. Além de que a elevação da cota da linha inviabilizaria qualquer ligação com a Linha do Douro. Resumindo: o comboio só deverá continuará a apitar no vale do Tua se a barragem não avançar.
Os argumentos a favor da construção do EHFT enquadram-se na estratégia energética do Governo.
Como é sublinhado no EIA, a barragem "contribui, de forma directa, para a produção de energia limpa através de um recurso renovável e, de forma indirecta, (...) para a utilização da potência eólica instalada, ao mesmo tempo que presta um importante serviço para aumentar a segurança de abastecimento energético e para reduzir a emissão de gases". Para a EDP, é uma barragem fundamental, porque pode tirar partido da cascata de barragens que possui a jusante e rentabilizar ainda mais os parques eólicos que possui no Marão.
O custo principal é a destruição de uma das mais belas linhas ferroviárias nacionais, que, pela beleza do percurso e pelo gigantismo técnico da sua construção, teria sido possível candidatar, em devido tempo, a património mundial. Outros impactes negativos, caso prevaleça a cota máxima, serão, por exemplo, a submersão de perto de 100 hectares de vinha, que incluem a Quinta da Brunheda e a Quinta da Azenha das Três Rodas, a perda das captações de água de Sobreira e Barcel e a destruição das Caldas de Carlão e respectivos anexos, de dois edifícios em São Lourenço, um em Barcel e mais 56 edifícios. Será também submersa a ponte da Ribeira de Milhais e cortadas algumas ligações rodoviárias entre as estradas municipais. No EIA, é reconhecido que ocorrerão "impactes muitos negativos ao nível da agricultura e agro-indústria, com repercussões também muito negativas ao nível do emprego e dos movimentos e estrutura da população". "Isto porque", pode ler-se, "serão alagadas áreas onde a actividade vitivinícola é responsável pela presença de uma comunidade jovem, por exemplo nas freguesias de Candedo, Pinhal do Norte e Pereiros".
A opção pela cota mais baixa permitirá salvar a Quinta da Brunheda e também as Caldas de Carlão, no concelho de Alijó. Já as Termas de São Lourenço não serão afectadas, podendo mesmo beneficiar da barragem.
Fonte: Público

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Noticias acerca da inauguração da nova sede!

Bloquistas inauguram nova sede!


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Nos últimos seis meses, o número de militantes do Bloco de Esquerda (BE) no distrito de Bragança passou de 20 para cerca de 40, o que se traduz num aumento de 100 por cento. A novidade foi deixada durante a cerimónia de inauguração da nova sede distrital do partido na capital distrital, mais precisamente na Rua Alexandre Herculano.A par do aumento do número de militantes, os bloquistas prevêem apresentar, brevemente, candidatos a freguesias de alguns concelhos do distrito, à Câmara Municipal de Bragança e à Assembleia Municipal. “Ainda é cedo para avançar com nomes, mas haverá mais candidaturas a freguesias, tanto em Bragança como fora”, assegurou o deputado municipal pelo BE, Luís Vale. Já para o coordenador nacional autárquico do BE, Pedro Soares, o acréscimo no número de candidaturas na região vai de encontro ao desejo do partido em “aumentar a intervenção no distrito” e comprova a “vitalidade do Bloco de Esquerda a nível nacional”. Recorde-se que, nas últimas eleições autárquicas, o BE conseguiu eleger o deputado Luís Vale para a Assembleia Municipal de Bragança, com mais de 400 votos. "in Nordeste"
Bloco de Esquerda quer reforçar presença no distrito de Bragança bloco_de_esquerda.jpg
Nas próximas eleições autárquicas o Bloco de Esquerda quer apresentar mais candidaturas e em mais concelhos do distrito de Bragança. A garantia foi dada na inauguração da nova sede distrital do partido, situada na Rua Alexandre Herculano, na cidade de Bragança.

Nas próximas eleições autárquicas o Bloco de Esquerda quer apresentar mais candidaturas e em mais concelhos do distrito de Bragança. Ainda assim os bloquistas fecham-se em copas quanto à escolha do candidato à câmara municipal de Bragança.“Sabemos que haverá candidatura, mas ainda não há pessoa para a câmara de Bragança”, diz Luís Vale, o único deputado na assembleia municipal de Bragança eleito pelo bloco, durante a inauguração da nova sede distrital do partido.O novo espaço fica bem no centro da cidade de Bragança, na Rua Alexandre Herculano.
A inauguração contou com a presença do coordenador nacional autárquico do Bloco de Esquerda, que deu conta do crescimento do partido em todo o distrito. “Estamos a ter muitas adesões em Mirandela, Vila Flor, Alfândega da Fé, Bragança e outros concelhos”, refere Pedro Soares. De acordo com o responsável, os novos militantes “são sobretudo jovens ligados ao ensino superior de Bragança”, acrescenta.Pedro Soares avançou ainda que nas eleições legislativas, o Bloco de Esquerda também vai apresentar uma lista no distrito de Bragança.
“Vamos apresentar candidaturas em todos os distritos e aqui em Bragança certamente apresentaremos uma candidatura forte para retirar a maioria absoluta a este governo”, garante.Actualmente o Bloco de Esquerda conta com cerca de 40 militantes no distrito.Nas últimas eleições autárquicas o partido conseguiu eleger um deputado na assembleia municipal de Bragança, com mais de 400 votos. Os bloquistas também estiveram perto de ganhar a freguesia de Assares, no concelho de Vila Flor.
Escrito por Brigantia

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Moção A elege 83% dos delegados à Convenção


No último fim de semana de Janeiro decorreram as eleições internas do Bloco de Esquerda para escolher 604 delegadas e delegados à VI Convenção. Segundo o escrutínio provisório, a participação dos aderentes cresceu. A lista afecta à moção A conseguiu 83,1% dos votos, a lista da moção C 10,8% e a lista da moção B, 4,1%. As plataformas não-vinculadas juntaram 2% dos votos.

Os resultados definitivos serão publicados após a reunião da Comissão Organizadora da Convenção, que reúne do dia 3 de Fevereiro. Mas o escrutínio provisório atribui uma maioria clara (502 delegados) à moção "Toda a luta da esquerda socialista para 2009", que tem Francisco Louçã como primeiro subscritor. Apenas em três distritos a moção A obteve menos de dois terços dos delegados eleitos, respeitando a proporção directa dos votos obtidos por cada lista.A moção C, "Combater o Capitalismo. Ousar o Socialismo", que tem João Delgado como primeiro subscritor, elege 65 delegados, metade dos quais nos distritos de Lisboa, Braga e Coimbra. A moção B, "Por uma maioria social de esquerda", que une duas das moções (B e D) apresentadas na Convenção de 2007, elege agora 25 delegados, e foi a segunda mais votada em Leiria e no Porto, distrito onde elege cerca de metade dos seus delegados.A VI Convenção do Bloco realiza-se no fim de semana de 7 e 8 em Lisboa, e é antecedida por uma reunião internacional na sexta-feira, em que os partidos convidados para a Convenção vão expor as suas políticas para responder à crise e reforçar as lutas sociais e a presença da esquerda socialista nos seus países.Veja aqui os quadros do escrutínio provisório