quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cresce indignação contra barragem do Tua

A concretizar-se, a abarragem vai submergir a Linha do TuaTerminada a consulta pública do estudo de impacte ambiental da barragem de Foz Tua, a deputada Helena Pinto reafirmou no parlamento a posição do Bloco contra a construção da mesma. E desafia o governo a esperar pelo resultado do referendo local aprovado pela Assembleia Municipal de Mirandela, sobre a manutenção da linha ferroviária do Tua.

Esta segunda-feira, a maioria dos deputados municipais de Mirandela (57) votou favoravelmente a realização de um referendo local sobre a manutenção da linha ferroviária do Tua, ratificando a decisão do executivo da autarquia, tomada há um mês. Só os deputados municipais do PS votaram contra. Agora, a proposta será entregue ao Tribunal Constitucional que deve tomar uma posição definitiva sobre este processo, no prazo de 25 dias. O presidente da Câmara de Mirandela acredita que a realização do referendo ainda vai a tempo de influenciar o Governo para que este recue na sua intenção de construir a barragem de Foz-Tua.

Realizando-se o referendo, o Bloco de Esquerda local vai lutar pelo Sim, em defesa da linha ferroviária e da preservação de toda paisagem do Tua: "O Bloco participará nesta votação tornando claro aquilo que tem sido escondido tanto pelo Governo como pelas empresas que estão com interesses avultados na construção da barragem Foz-Tua".

Em comunicado, os bloquistas defendem a preservação do património ambiental e paisagístico do Tua. "É lamentável que Governo e EDP se unam na destruição do vale do Tua, com o único objectivo de o transformar num reservatório de água. A produção de energia na barragem de Foz - Tua seria irrelevante. O grande interesse da EDP reside apenas no armazenamento de água para reforço do caudal do Douro quando este for insuficiente. A EDP quer alimentar as centrais hidroeléctricas do Douro, com maior capacidade de produção de electricidade, à custa do património ambiental e paisagístico do Tua."

Numa declaração política esta quarta-feira no parlamento, a deputada do Bloco Helena Pinto desafia o executivo de José Sócrates a ter em conta o referendo: "Vai o Governo respeitar a decisão da população se o referendo se realizar?", questiona.A deputada sublinha que "o Bloco de Esquerda não aceita que o interesse público seja subjugado à lógica do negócio e dos interesses privados". E critica o governo por ter aberto um período de discussão pública depois de já ter tomado a decisão de construir a barragem: "esta é a concepção de quem considera a democracia e as suas regras um empecilho, para quem se sente incomodado e agastado pelos instrumentos que visam proteger o interesse público."Helena Pinto lembra que perder a linha do Tua, além dos prejuízos em mobilidade, "significa perder o acesso a um conjunto de paisagens fabulosas que atraem todos os anos muitos visitantes e podem vir a atrair muito mais"."Não aceitamos que a decisão de construção da barragem de Foz Tua prevaleça contra o interesse das populações e a preservação do património construído e ambiental que é de todos. Esta é uma má decisão que exige o recuo do Governo" remata a deputada.

O alcance da inundação da Linha do Tua está dependente da cota que vier a ser fixada na Declaração de Impacte Ambiental, perante as três propostas possíveis de 170, 180 e 195 metros, que vão submergir 15,9, 22,7 ou mais de 31 quilómetros da Linha do Tua, respectivamente.

1 comentário:

Anónimo disse...

eu voto SIM pela preservaçao da linha do Tua!!!
Venha o referendo!!