"O PS assume aqui hoje a vontade de eliminar toda e qualquer a discriminação em função da orientação sexual. O PS considera no entanto que não o pode fazer de forma fracturante”. Foi desta forma que o deputado socialista Jorge Strecht justificou o chumbo das propostas do Bloco de Esquerda e dos Verdes. O líder parlamentar bloquista viria a responder-lhe, dizendo que "o PS perdeu o tempo da sua oportunidade". Para Luís Fazenda, "agora o PS está comprometido a pôr preto no branco e com clareza qual vai ser a sua posição no seu programa eleitoral. E se pensavam fugir a esse compromisso, agora não há ninguém que não vá ler o programa eleitoral do PS em 2009 acerca desse ponto".Enquanto decorria o debate, activistas dos movimentos Panteras Rosa, rede ex-aequo e Não te Prives encenavam nas escadarias do parlamento dois casamentos entre pessoas do mesmo sexo. "Casam porque assim o desejam, ao contrário do casamento por conveniência entre o Partido Socialista e a direita conservadora, a que assistimos esta manhã", dizia o discurso da celebração do matrimónio improvisado.A seguir à votação dos projectos de lei, que viriam a contar com o voto favorável de Manuel Alegre (para além do ex-líder da JS, autorizado a quebrar a disciplina de voto), houve uma sucessão de pedidos dos deputados do PS ao presidente da Assembleia para a entrega de declarações de voto em nome individual e colectivo.
No PSD, que deu liberdade de voto aos seus deputados, Pedro Duarte, José Eduardo Martins, Pedro Pinto, Miguel Almeida, José Raul dos Santos, Sérgio Vieira, André Almeida e Luís Carloto abstiveram-se em relação ao projecto dos Verdes. Paulo Pereira Coelho votou a favor da proposta dos Verdes e absteve-se na do Bloco.
1 comentário:
O PS está a entrar na forma mais populista que lhe conheço. E como disse alguém um dia "ninguém goza mais com o povo do que o populista"
Eu por mim sou de esquerda. Nada tenho contra os casamentos homossexuais - sou a favor deles. Mas não é isso que me vai fazer votar no PS, nem no BE, nem numa suposta coligação PS/BE que no fundo são as duas faces da mesma moeda. Como já vi aqui dito, não é o casamento homossexual que define a esquerda, mas todo um conjunto de políticas governativas que é preciso implementar. Nesse aspecto, apenas o PCP se tem mantido com a firmeza/seriedade necessária, não se deixando envolver por modas ou jogos de opinião.
Enviar um comentário