terça-feira, 2 de setembro de 2008

Acidentes/Tua: Bloco de Esquerda vai pedir presença de Mário Lino na Assembleia da República

O Bloco de Esquerda (BE) anunciou que vai pedir a presença do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações na Assembleia da República para prestar esclarecimentos sobre o que está a acontecer na linha do Tua.
Nesta linha morreram, no último ano e meio, quatro pessoas em acidentes ferroviários, o último dos quais a 22 de Agosto.
Para Pedro Soares do BE "é fundamental que o ministro Mário Lino assuma responsabilidades perante o parlamento e o país".
O Bloco considera "estranho o silêncio do Governo" relativamente a esta matéria e espera que o PS viabilize a ida do ministro ao parlamento para dar explicações.
Segundo aquele dirigente, que é coordenador nacional autárquico do BE, a presença de Mário Lino na Comissão Parlamentar de Obras Públicas e Transportes será formalmente solicitada depois da reabertura dos trabalhos parlamentares, que está prevista para 09 de Setembro.
Pedro Soares deslocou-se hoje ao distrito de Bragança para falar à Comunicação Social, junto com dirigentes regionais, da posição do Bloco acerca da problemática da Linha do Tua.
Embora tratando-se de uma questão regional, o BE entende que tem todo o interesse nacional e não compreende a posição de alguns representantes locais, a quem acusa de "não estarem a fazer a defesa inequívoca" desta linha centenária.
Pedro Soares criticou nomeadamente o governador civil, Jorge Gomes, por, quando confrontado pela Comunicação Social sobre o futuro da linha "se ter esquivado dizendo que o mais é importante é que não haja mais mortes".
O BE defende a manutenção da linha do Tua "pelo sua importância para a mobilidade turística e interesse histórico e económico".
O Bloco exigiu ainda que a tutela garanta um relatório conclusivo sobre as causas do último acidente, depois de o inquérito preliminar não ter encontrado explicações para o sucedido.
O ministro Mário Lino determinou que o relatório final, que deverá ser conhecido antes do final do mês, tem de ser conclusivo.
Para Pedro Soares "é fundamental o esclarecimento inequívoco sobre esta questão e que não seja suscitada qualquer suspeição de que os acidentes possam ter interesses em relação à barragem" prevista para a foz do rio Tua e que tem gerado polémica porque, independentemente da cota que vier a ser adoptada, os estudos prévios já deixaram claro que ficarão submersos, pelo menos, os últimos e os mais atractivos turisticamente, 15 quilómetros da via-férrea.
O partido ecologista os Verdes também já anunciou que vai pedir a presença do ministro Mário Lino no parlamento para esclarecer a situação.
A linha do Tua encontra-se parcialmente encerrada, entre o Cachão e o Tua, desde o dia 22, depois de mais um acidente que provocou uma vítima mortal e vários feridos.
Este foi o quarto acidente em um ano e meios numa linha com 120 anos sem registos de sinistralidade grave.
HFI.
Lusa/fim

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