terça-feira, 8 de abril de 2008

Começa o julgamento dos "skinheads"

Trinta e seis "skinheads", incluindo o líder do movimento Hammerskins Portugal, Mário Machado, começaram a ser julgados no Tribunal do Monsanto, em Lisboa. São acusados de crimes de discriminação racial, sequestros, ofensas corporais, posse ilegal de armas ou distribuição de propaganda nazi. O colectivo de juízes pretende concluir o processo em duas semanas.
Mário Machado, apontado como o líder do grupo, encontra-se em prisão preventiva desde Abril do ano passado; os restantes arguidos ficaram sujeitos a medidas de coacção menos gravosas, que incluem desde prisão domiciliária com pulseira electrónica até apresentações periódicas às autoridades.
José Manuel Castro, advogado de defesa de Mário Machado, considera que o julgamento tem contornos políticos: "de facto não existe qualquer acto concreto ou agressão racial que lhe possam ser imputados."
Opinião muito diferente tem José Falcão, do SOS Racismo, que aponta que se os "skinheads" que vão ser julgados fossem acusados de tudo o que já fizeram, já há muito que estariam presos.
"Têm feito agressões sistemáticas em vários sítios, a pessoas que têm medo de falar e contar. Eles estão a ser julgados por aquilo que dizem, infelizmente não vão ser julgados por aquilo que têm feito até agora", acrescentou em declarações à rádio TSF.
Em Abril do ano passado, foram feitas pela polícia 60 buscas domiciliárias a elementos "skins", quando foram apreendidas 15 armas de fogo. Mário Machado dissera na televisão, dias antes, que todos os nacionalistas possuíam armas e que as deveriam usar para defender os seus ideais -, milhares de munições de calibres diversos, explosivos, dezenas de facas e soqueiras, sprays, inúmera literatura e propaganda nazi. Foram também encontradas embalagens de esteróides, presumindo-se que fossem utilizados para tráfico, revertendo o dinheiro para o financiamento do Portuguese Hammerskin.

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