segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Perspectiva de construção da barragem do Sabor faz subir rendas em Torre de Moncorvo

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A construção da barragem do Baixo Sabor, no concelho de Torre de Moncorvo, distrito de Bragança, que poderá vir a envolver mais de mil trabalhadores, está já a fazer disparar o preço das rendas naquele município. Mas o presidente da câmara local, Aires Ferreira, já avisou: "A barragem não é a sorte grande. É uma boa oportunidade de negócio, mas pode fugir pelos dedos das mãos devido a esta ganância".
O alerta surgiu depois de ter chegado ao conhecimento do autarca socialista que estavam a ser pedidas rendas de 600 euros por um T3 e de mil euros por um T4. O autarca disse ter sabido também do caso de uma casa T5 cujos donos começaram por pedir 1300 euros para depois descerem o preço até aos 900.
Aires Ferreira diz que se está a criar uma "má imagem" do concelho que pode ter efeitos negativos para a economia local. Exemplo disso, alega, é que alguns técnicos e administrativos ligados à obra já alugaram casas na vizinha Vila Nova de Foz Côa. "Até o director da obra poderá fugir para outro concelho vizinho, Vila Flor", sublinha o autarca.
Esta procura de casas para arrendar, pelo menos por cinco anos, duração prevista para a construção da barragem, já determinou a recuperação do antigo aldeamento das minas de ferro, a oito quilómetros da sede de concelho.
No final de 2007, foi constituída a Sociedade de Gestão Hoteleira do Douro Superior (que envolve a câmara, com 20 por cento do capital, e mais seis parceiros privados) que adquiriu 26 casas das antigas minas que agora vão ser recuperadas. Vão alojar parte dos técnicos de uma das empresas do consórcio responsável pela construção do empreendimento hidroeléctrico.
As casas foram construídas de raiz em 1985 e nunca chegaram a ser ocupadas. "Começaram esta semana as obras de recuperação e até Janeiro devem ficar todas prontas", adiantou o presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, acrescentando que a empresa construtora da barragem vai investir 450 mil euros na recuperação das habitações e ficar durante cinco anos com o usufruto dos imóveis sem pagar renda.

Fonte: Publico

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