segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Defensores da linha do Tua "estarrecidos" com relatório do acidente

Movimento em defesa da linha do Tua quer compromisso do governo para manter a linhaO Movimento Cívico pela Linha do Tua emitiu um comunicado em reacção à divulgação do relatório sobre o acidente de 22 de Agosto. Os defensores da linha dizem-se "estarrecidos" com a "lacuna de regulamentação específica sobre as Vias Estreitas em Portugal".

"Maior se torna a nossa estupefacção face às dúvidas que se levantam às Linhas do Corgo e do Tâmega, sendo justo perguntar se os vários organismos ferroviários só agora descobriram que as LRV2000 [as composições do metro ligeiro] circulam no Corgo desde 1995 (ano da inauguração do Metro de Mirandela) e no Tâmega desde 2002", afirma o comunicado do MCLT.

O movimento salienta as palavras do ministro Mário Lino no sentido de não pôr em causa a continuidad da linha. Mas lembra também as palavras da secretária de Estado Ana Paula Vitorino, quando disse que "a única razão porque se virá a encerrar, total ou parcialmente, a linha do Tua, é, única e exclusivamente, por causa da construção da barragem", que se trata, na opinião do MCLT, de uma "obra defendida por uma minoria de interessados ou mal esclarecidos".

A sucessão de estudos sobre aquela linha e a falta de manutenção da mesma é fonte de preocupações para o movimento. "A linha já foi alvo de estudos no ano 2000, e teve onze meses de estudos após o acidente de 12 de Fevereiro de 2007. Não queremos que se transforme a Linha do Tua numa nova Entre-os-Rios, onde se estudam e identificam as potenciais causas de problemas e respectivas soluções, para depois não as corrigir/implementar".

As várias entidades responsáveis pela manutenção da linha não escapam às críticas do movimento. "Da proprietária da linha, a REFER, continuamos a esperar investimento e melhoramentos sérios, apagando futuramente da memória uma Linha do Tua com erros estruturais “grosseiros”". E sobre a CP, dizem que o seu silêncio "é incómodo, visto ter retirado em 2001 material mais pesado e com mais capacidade da carga que ou foi posteriormente vendido ou simplesmente abandonado".

O ministro Mário Lino deverá deslocar-se nas próximas semanas ao parlamento para dar explicações aos deputados da Comissão de Obras Públicas sobre o relatório do acidente e as intenções do governo para o futuro daquela linha ferroviária.

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